A crise climática é uma questão de escala global, e sua solução não será alcançada de maneira isolada. No entanto, para que se alcance uma resposta verdadeiramente global, é imprescindível a contribuição ativa de cada nação. Ainda que a responsabilidade seja de todos, há ampla evidência empírica de que as regiões mais pobres sofrerão os maiores impactos – assim como as populações mais vulneráveis de cada país. Enfrentar a crise climática sem combater as desigualdades não é apenas desumano, mas também ineficaz. Trata-se, portanto, de um esforço que deve ser global, nacional e local, unindo a transição ecológica e a redução das desigualdades como objetivos complementares e interdependentes. Qualquer projeto nacional de desenvolvimento deve reconhecer essa complementaridade para que seja bem-sucedido.

Três elementos centrais se destacam nessa tarefa: i) os Estados; ii) as Finanças; e iii) o Multilateralismo. O papel de cada um deles na transição ecológica e no desenvolvimento sustentável ainda está em disputa, assim como as formas de articulação entre eles.

Reconhecendo isso, a presidência brasileira do G20 colocou a crise climática no centro das discussões, junto ao combate à fome e à pobreza. A criação da Força-tarefa para Mobilização Global contra a Mudança Climática materializa esse esforço coletivo.

Este seminário é fundamentado na experiência do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP) como secretaria-executiva do Grupo de Especialistas da Força-Tarefa do Clima durante a presidência brasileira do G20, bem como no trabalho editorial da Phenomenal World (PW), que explora os significados e as conexões possíveis entre Estado, finanças e multilateralismo.

Aproveitaremos também esta ocasião para lançar a versão em português do Relatório do Grupo de Especialistas da Força-Tarefa do Clima, oferecendo ao público brasileiro um acesso direto às reflexões e recomendações sobre os desafios da crise climática e o papel das políticas públicas.

Acesse abaixo a versão em inglês do relatório.